sexta-feira, 15 de julho de 2011

Mudança


Estamos em constante mudança. Essa é uma frase clichê, que todos escutamos, poderia até dizer, mais de uma vez por dia.
   Uma vez, quando fazia cursinho pré-vestibular, uma professora, da qual gosto muito, me disse uma frase que sempre vou me lembrar: Um homem nunca se banha duas vezes no mesmo rio. A cada segundo que passa, o homem não é o mesmo, nem o rio... 
    Voltando aos conceitos biológicos, é graças as mudanças (genéticas, como mutações) que fizeram o ser humano ser o que é hoje.
  Desculpem o momento nerd de novo, mas afinal eu sou bióloga e como tal não deixo de ver biologia em tudo! Afinal biologia é o estudo da vida! Tá, parei! *.*
Entretanto, o foco do post não são as mudanças genéticas ou sentimentais (se bem que tenho certeza que ambas tem ocorrido bastante), mas sim sobre minha mudança de moradia. Como falei a alguns posts atrás, depois de um certo tempo, vivendo no dormitório, você precisa se mudar.
Cerca de quatro meses atrás, eu tinha conversado com a diretora do dormitório aonde vivo, e ela tinha me assegurado que eu poderia ficar no dormitório até marco de 2012. Por isso, estava eu bem tranquila, vivendo sem me preocupar em guardar dinheiro para a mudança *especificadamente para isso). Visto que, nesse momento estou pagando a minha passagem par voltar para o Brasil e a grana está curta. Entranto, minha paz foi quebrada a cerca de três semanas. Um belo e carinhoso bilhete foi colocado na minha caixa de correio, me informando: “Seu prazo para se mudar é até dia 25/09”! Eu fiquei chocada! O.o
No dia seguinte, fui falar com a diretora e ela confirmou que eu não poderia ficar, visto que muitos novos estudantes estavam vindo. Nossa, eu fiquei extremamente preocupada! Primeiro: não estava preparada financeiramente para uma mudança (sim, realmente gasta-se o olho da cara para se mudar). Segundo: minha passagem para o Brasil está marcada para o início de setembro e com retorno só para outubro. Como eu iria me mudar em 25/09 se nem presente no Japão eu estaria?
 Ai, bateu o desespero. Eu estava já me sentindo uma sem-teto. Tá, eu sei que é exagero, mas era assim mesmo que eu estava me sentindo. Então, comecei a caça pelo meu novo cafofo. Recrutei, a gentil e solidária, Marina para me ajudar (obrigada de novo, Marina), visto que minhas limitações linguísticas não me ajudariam na hora de conseguir meu apartamento. Fomos a uma das maiores agências imobiliárias daqui e vi alguns “apertamentos” (porque são pequenos mesmo). Logo de cara, vi dois que me interessaram muito. No mesmo dia, fui visitar os dois.
O primeiro era em um local tão “mocado”, mas tão “mocado”, que eu acho que sempre iria me perder no caminho para casa. O ap. era no térreo (primeiro andar no Japão), até ai, sempre problema. Entretanto, o prédio e o ap. eram muito velhos. O banheiro não tinha pia. A banheira era velha. O cheiro do ap. era de velho. E para piorar, a varanda era direcionada para a rua. Ou seja. Se eu abrisse a janela, qualquer um que passasse pela rua veria o que estava acontecendo dentro do meu quarto. Esses fatores fizeram com que eu eliminasse esse ap. da lista, mesmo ele sendo bem barato.
Confesso que estava bem preocupada com o segundo apartamento, pois eu realmente tinha gostado do primeiro (nas fotos, pelo menos, eu tinha gostado bastante). Quando cheguei ao local do segundo ap., olhando o prédio, pensei “esse eu não vou gostar também”. Entretanto quando entrei no ap., foi amor à primeira vista. O apartamento é no segundo andar (ap. de canto), quarto é de tatame e bem espaçoso, banheiro legal e novo, closet enorme. A cozinha tem uma boca de fogão e uma micro-geladeira (melhor que nada, pois e eu posso me virar por uns dias com isso). E o melhor, duas enormes janelas. Não exitei e fiquei com ele (confesso que exitei sim, mas senti que aquela deveria ser minha nova moradia).  Neste dia, não dormi me sentindo uma sem-teto! ^^
Meu prédio.


Um problema fora resolvido, no entanto outros maiores estavam ainda por surgir. O primeiro e mais importante (depois de achar o ap.), era o dinheiro. O primeiro empecilho, a taxa de agradecimento (reikin - 礼金). Essa taxa deve ser paga ao proprietário do apartamento assim que se assina o contrato de aluguel. É uma taxa de proteção, visando assegurar que se houver qualquer estrago ou imprevisto no ap., essa taxa será usada. Não existe um valor fixo para o reikin, ele pode ser barato ou de até  mais de 6 vezes o valor do aluguel. A minha taxa era de 100.000 yens (equivalente a um pouco mais de 1000 dólares). Além dessa taxa”amiga”, devo pagar seguro, e outras milhares de taxas. Resumindo, no frigir dos ovos terei que desembolsar a pequena bagatela de 2000 dólares. Quem disse que mudar era fácil?!
E ainda, depois da mudança, virão mais gastos com móveis, utensílios para o lar entre outros.... Prevejo um futuro misarável em minha vida! T_______T
Outro problemas também são as burocracias... Milhares de papéis para assinar, vai e volta da imobiliária e Universidade. Isso porque a Universidade está se tornando “resposável” por mim quando eu alugar o apartamento. Isso quer dizer que se der “pepino”, o proprietário vai ligar para a Universidade para me delatar! Olha que coisa bonita! *tom irônico*.
E mais problemas vem depois da mudança. Logo que me mudar terei que mudar o meu endereço nas companhias de telefone, banco entre outros. Ai, que preguiça!  E o maior problema, trocar o “alien registration card” (toriokusho). Assim que você se mudar deve-se ir ao “City Hall”, uma espécie de prefeitura, e informar que você, agora,  reside naquela região. Essa é uma maneira de eles saberem quem vive no local. E agora sairei de Suita, para Minoo, ou seja novo City Hall, novas papeladas. Já disse que odeio essas milhares de burocracias?!
Apesar dos pesares, confesso que estou ansiosa para me mudar. Até já me imagino no meu cafofo. E poderei dizer, pelo menos de certa forma, que ele será o meu lugar! ^^

Bem, conforme as coisas forem acontecendo, eu erei reportando. E vamos a “saga da mudança”!

5 comentários:

  1. Meniiiiiiiiina, a burocracia não nasceu nos EUA não, foi no Nihon. Que complicação, hein? Mas quando vc finalmente se mudar, quero fotinhas, hein!

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  2. Pode deixar, qdo me mudar, postarei muitas fotos!

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  3. Muié, e lá precisa agradecer? Huahuahua! Amiga serve pra fazer compras, almoçar junto, falar bobagem, mas também serve pra ajudar quando a gente precisa, né não? Hihihi!

    Aproveito e respondo seu comentário lá no blog... Pq tava esperando a oportunidade perfeita. =D
    Vc, Carol, foi uma das amizades verdadeiras que eu descobri aqui no Nihon, sem a brilhantina do início de tudo, q ñ nos deixa enxergar bem as pessoas. Sabe aquela pessoa que vc conhece e quer manter na vida? Q vira amiga mesmo, não só conhecida? Q é doce e conquista o nosso coração? Com quem eu sou capaz de conversar por horas, como eu só faço com poucas das minhas amigas do peito? É vc na minha vida agora. Sim, essa vai ser uma amizade q ñ vai ficar só aqui nesse arquipélago apertado. Sim, se Deus quiser, vc vai ser tia-postiça dos meus pimpolhos e eles vão te visitar em Brasília ou receber sua visita no Rio com a maior alegria. Eu que te agradeço por ter sido muito importante nesses últimos meses pra mim. =)

    Beijocona!

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  4. Carooool! Que ruim já ter que mudar... Ainda bem que vc tem gente pra te ajudar.
    Se já é complicado alugar alguma coisa no Brasil (passei por isso esses tempos), imagina em outra lingua.
    E, apesar de dar trabalho, mudança é bom pra agitar as coisas na nossa vida e dentro da gente. Mudança sempre é pro melhor.
    Se cuida!
    bjooo

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  5. É meio dificil mesmo ter que mudar assim, mas graças a Deus as coisas estão se encaminhnado!

    E Marina, sinto o mesmo em relação a você!

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