terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Inverno


    Bem, nesse post vou falar um pouco do inverno. Inverno ou Fuyu () é, realmente, bem diferente do que estava acostumada em terras tupiniquins. Aqui, o inverno é como se descreve a estacão: frio!
    Eu sou praticamente um “calango” do Cerrado, ou seja, estou acostumada a temperaturas quentes e clima seco. O inverno no planalto central é ameno e seco. Pelo que me lembro, a temperatura mais baixa que vi em Brasília foram 14 graus e eu achava isso absurdo!
    Meu primeiro inverno aqui foi meio estranho. Não sabia bem o que esperar. Quer dizer, eu esperava ver muita neve, isso sim, para mim, era um verdadeiro inverno. No entanto, assim que cheguei, fui informada que em Osaka quase nunca neva. E confesso que isso me deixou bem triste.
   Mesmo sem neve, eu enfrentei temperaturas bem baixas. Eu, compulsivamente, comecei a comprar casacos e roupas quentes, pois nada que tinha trazido do Brasil era suficiente para me manter aquecida. Nisso, descobri as famosas HeatTech. Elas são como roupas tipo “segunda pele”. Aparantemente, são peças normais, mas quando usadas, percebe-se que ajudam a manter o calor do corpo! Bem úteis!
   Outra coisa que me chamou atenção foram os casacos e botas. No inverno, os japas usam acessórios bem diferentes. Os casacos são grandes e fofos, com penas de ganso e detalhes com muitas plumas e frufrus. 

 Modelo de casaco feminino.

Modelo de casaco masculino.


   Já as botas mais comumente usadas são um modelo parecendo de esquimó (que para mim são horríveis), bem quentinhas. Isso vale para homens também!


 Botas japonesas.
 
    Uma coisa curiosa entre as mulheres é que, mesmo com o frio, elas abusam das saias curtas e shortinhos. As vezes elas acabam protegendo as pernas com meias finas ou mesmo com meias curtas, mas apenas isso. E você se pergunta: Elas não sentem frio?! Sim, sentem, mas para parecer kawaii (可愛い かわい – fofas) elas não se importam em passar frio! Vai entender?!
    Mas voltando ao clima, as temperaturas que presencie aqui foram bem baixas. Esse ano chegamos a temperaturas abaixo de zero, mas infelizmente, sem neve.
    Meu primeiro contato com neve, foi no Natal em que fui para Nikko (uma cidade situada a 2 horas de Tokyo). Lá, os brasileiros se reúnem todo o ano, para passar o Natal juntos. Foi maravilhoso! Pela primeira vez, pude ver e sentir a neve! Assim que chegamos ao local, começamos a brincar na neve! Fizemos até um concurso de bonecos de neve!!!  Meus pés e mãos congelaram! 

Hotel em Nikko.


Perto do hotel em que estavamos, em Nikko.

 Brincando com a neve!

   Minha segunda experiência com neve foi numa estação de esqui. Fui para Nagano, com outros amigos brasileiros, esquiar. Passamos o Ano Novo (2010-2011) esquiando. Quer dizer, eu tentei esquiar. Foi uma experiência dolorosa e alegre. Dolorosa porque mais caía que esquiava, mas alegre pois o local era lindo, a companhia era boa...

 Nagano.





Eu, aproveitando a neve e a paisagem!

    Também em 2011, quando achava que não ia ver neve em Kansai, algo surpreende a todos, em meados de fevereiro bastante neve começa a cair! Ruas, parques e casa ficaram cobertas de neve! Inclusive, o dia dos namorados aqui (14/02) foi branco! Muito bonito! 

Nevasca no dia dos namorados!


   Já esse ano, tivemos um ou dois momentos com curtas aparições de neve... Ainda estou esperando a nevasca!!! *.*

Uma das primeiras passagens de neve desse ano... Se bem que nem durou muito...


        Bem, essas são um pouco das minhas histórias de inverno em terras nipônicas!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Adeus Ano velho, feliz Ano Novo!

Primeiramente, gostaria de desejar Feliz Ano Novo aos caros leitores do meu blog, sejam eles meus amigos ou conhecidos ou apenas pessoas que tem um pouco de curiosidade sobre o território nipônico.
       Nesse post vou falar um pouco sobre as festividades de final de ano aqui no Japão e como eu passei esses eventos.
       
       Natal

      Como eu citei anteriormente, o japonês não comemora o Natal como nós, ocidentais. A maioria do país ainda é budista ou xintoísta, por isso o sentido do Natal, aqui, é quase meramente comercial. Pode-se ver casas e árvores enfeitadas e iluminadas devido a data, mas o real espírito natalino não está presente.
     Outra coisa interessante, é sobre o bolo de Natal. Como disse no post sobre as curiosidades, no Natal, eles costumam comprar bolo e comer com a família (ou namorado, afinal Natal, para eles é para se passar com o namorado!). E era impressionante notar, que no dia 25, por qualquer confeitaria que eu passasse, existia uma fila gigantesca para se comprar esse bendito bolo!
      O dia 25 também não é feriado. O feriado mesmo, é o dia 24, mas não por causa do Natal, mas sim por causa do aniversário do imperador. Isso significa, que todos os japoneses trabalham dia 25 (caso não seja um final de semana, como aconteceu esse ano).

     Bem, nesse dia, eu e os brasileiros nos juntamos e fizemos um jantar. Foi bem divertido. Cada um cozinhou algo e fizemos encomendas no supermercado brasileiro de algumas carnes. Estava tudo delicioso!
     Para tornar o nosso Natal um pouco mais brasileiro, também fizemos um amigo oculto! Foi bem divertido! Eu acabei ganhando um single do Larc!

Nosso belo jantar!



    Ano Novo

     Ao contrário do Natal, o ano novo já é um evento mais celebrado pelos japoneses. Em diversas cidades são organizados eventos para a passagem de ano. Em Tokyo, por exemplo, grandes aglomerações são formadas na Torre de Tokyo e em Shibuya.
Geralmente, no Ano Novo, as famílias japonesas costumam comer marmitas com comidas específicas, conhecidas como Osechi (お節料理).  Nessa marmita pode ser encontrado peixe, batata doce, omelete e algas. Cada comida tem uma simbologia. Para saber mais, pode-se ler um pouco sobre isso nesse link da wikkipedia.
     

 Osechi.

         O grande programa de Ano Novo é ir aos templos. Todos os  templos realizam cerimônias para a entrada do ano. Assim que o dia 31 termina, ocorre a Cerimônia do Sino, em que os templos budistas tocam 108 vezes os instrumentos, simbolizando os 108 pecados humanos, uma simbologia do budismo. Várias barraquinhas são montadas em frentes aos locais e muitos japoneses vão para os templos esperar o dia 1.   
Já no dia primeiro em si, muitos templos realizam outra cerimônia conhecida como hatsumode (初詣). Nesse evento eles fazem preces para que o ano seja abençoado, tiram a sorte e compram amuletos (omamori -御守). E também  é costume, nesse dia, levar os antigos amuletos aos templos, para serem queimados, aparantemente, isso ajuda a dar sorte. 

Meiji Jingu. Um dos maiores templos de Tokyo. Ele estava cheio dia 31!

Cerimônia para entrada do novo ano!
    
           Bem, quanto ao meu ano novo, eu o passei em Shibuya. A cidade conta com um dos mais famosos cruzamentos do mundo. Diariamente, milhares de pessoas passam por esse cruzamento que fica na frente da estacão de JR de Shibuya.
            No mesmo local, existem prédios com grandes telões, que geralmente, são usados para a contagem regressiva de final de ano.
            Eu e outros brasileiros, fomos para Shibuya jantar e esperar o momento da passagem de ano. Era um pouco depois da oito da noite quando chegamos ao local. A rua já estava extremamente cheia! A movimentação policial também já era intensa.

Noite do dia 31 em Shibyua. Ruas lotadas!


Shibuya, tarde do dia 1.

             Primeiramente, fomos a um restaurante para nos divertir na companhia de amigos. O local tinha uma comida deliciosa e karaoke. Ficamos por lá até 11:45 pm.  Assim que chegamos ao cruzamento, as ruas e calçadas estavam entupidas. Havia um grande orda policial controlando o transito de carros e pedestres.
             Conforme a meia noite se aproximava, os ânimos ficavam exaltados. No entanto, estranhamente, o telões dos prédios se apagaram e não tivemos contagem regressiva. Acho, que devido a quantidade de pessoas, os policias quiseram desligar os telões, para ver se as pessoas se dispersavam (especulação). Mas isso não funcionou.
            Sem o telão, cada um fez a sua contagem e a meia-noite a bagunça começou. Todos gritando “Feliz Ano Novo!”, pessoas estourando champagne, se abraçando...
            O mais engraçado foi que as pessoas, para se divertirem, começaram a atravessar o cruzamento repetidas vezes. Claro, numa ordem, pois dezenas de policiais estavam garantindo que o semáforo fosse respeitado. Assim que o sinal abria para os pedestres a correria começava! Japoneses e estrangeiros passavam gritando, cantando e pulando. No momento que o sinal fechava, os policiais direcionavam as pessoas de volta a calçada. Essa brincadeira aconteceu por cerca de uma a duas horas, depois disso, as pessoas começaram a se dispersar. Até eu me animei e passei por lá uma vez!
           Algo engracadíssimo, que eu não esperava ver, foi um japa maluco que estava bêbado, subindo no ônibus da polícia e abaixando as calças, mostrando as nádegas para todos da rua. Não preciso nem dizer que o amiguinho foi preso, né?!
           Bem, esse foi o meu final louco e divertido final de ano no Japão!