quarta-feira, 4 de julho de 2012

Tatuagens


Primeiro post do mês de julho. Não sabia bem sobre o que escrever por isso decidi falar esse assunto que tem sido um dos tópicos das minhas conversas com amigos.

 Não só nos meus “papos” com amigos que esse tópico tem sido bem abordados, mas também entre alguns sites e mídia.
  A “arte” da tatuagem tem raízes aqui e retoma de épocas bastante antigas. E isso torna a situação mais engraçada, pois ter uma tatuagem no Japão não é para qualquer um. Isso porque essa “arte” está associada a marginalidade e aos membros da máfia japonesa, a Yakuza.
  A Yakuza é um grupo criminoso extremamente organizado e que teve e, ainda tem, muita influência no Japão. Uma das carcterísticas desse grupo, ou melhor, um “identificador”, é a presença de tatuagens. Tigres, fênix, dragões são os desenhos mais utilizados pelos membros da máfia. E essas pinturas não são feitas em qualquer lugar. Existe todo um ritual. Elas devem ser feitas sem as máquinas usadas atualmente e com tintas especiais. O processo é doloroso e demorado, de maneira que pode se levar anos para uma tatuagem ser completada  Esse técnica é chamada de irezumi ( いれずみ-入れ墨 para mais informações veja aqui). 
  E como disse, nos dias de hoje, muitas pessoas temem a Yakuza. E por isso, pessoas vista com tatuagem, geram desconfiança. Isso é tão perceptível que alguns locais não são permitas a entrada de pessoas tatuadas. Mesmo que você tenha uma linda borboleta, estrelinha, etc., sua entrada será vetada de onsens, alguns parques aquáticos e até restaurantes. 

Um cartaz advertindo que é proibida a entrada de pessoas tatuadas na onsen.


    Para mim, isso não passa de um forma de discriminação. Eu não tenho tatuagens e confesso que não tenho interesse de fazer uma, mas não acho que o direito de ir e vir de uma pessoa deva ser “mutilado” apenas porque ela escolheu ter uma desenho em seu corpo. E acho que vivemos em um mundo em que esse esteriótipo de que pessoas tatuadas são “malvada” já é mais que ultrapassado. Mas como costumo dizer: “Bem-vindo” ao Japão! 

  Falando nisso, um fato engraçado aconteceu comigo semana passada e ajuda a ver como as coisas são por aqui. Estava no trem com uma amiga e vimos um senhor que era claramente um membro da máfia. As pessoas no trem, próximas a ele, estavam sérias e bem distantes dele no banco. Assim que eu e minha amiga entramos, vimos que havia lugar para sentar apenas perto do dito senhor. Não vimos problema nenhum em sentar perto dele. Afinal, não era como se o rapaz fosse nos atacar apenas por sentarmos perto dele! E ele foi bem gentil conosco, pois até se ajeitou no banco para dar mais espaço para a gente, visto que antes ele estava esparramado no banco, pois sabia que nenhum japa ia sentar perto dele. Mas o ponto engraçado da história foi ver a cara de “assustados” dos outros por nós estarmos perto do rapaz. 

  Como disse, o tema das tatuagens sido abordado pela mídia, pois esses dias, um famoso dublador japonês foi preso por tirar uma foto de seu corpo todo tatuado e ter postado a mesma na net (para ver a notícia, clique aqui). Tá que o dito senhor estava nú (era um nú de costas), mas o fato de uma pessoa da mídia ter tantas tatuagens e orgulhosamente mostrá-las, com certeza deixa muitos desconfortável. E isso é tanto verdade, que pessoas tatuadas tem dificuldade para arrumar emprego.

  Outro ponto de vista sobre tatuagens nos países asiáticos é o mostrado por Simon e Martina. Eles são um casal de canadenses que moram na Coréia do Sul. Em seu blog, eles falam um pouco sobre como é se viver na Coréia. Ambos são professores de inglês tem tatuagens. Semana passada eles também fizeram um post sobre como a tatuagem é vista na Coréia. Lá não tem todo esse misticismo sobre tatuagens que existe no Japão. No entanto, as tatuagens lá são proibidas. Se quiser saber um pouco mais sobre o post do Simon e Martina e sobre a Coreia do sul, acesse o “Eat your Kimchi”!. 



Bem, este foi um post simples falando apenas das tatuagens como curiosidade...