O post do mês será sobre entreterimento no Japão, ou seja, música, filmes.. Vou falar um pouco como isso é por aqui.
Música
Como comentei em alguns post, gosto bastante da música japonesa. Na verdade, do rock japonês (J-rock). Escuto algumas bandas que são bem famosas por aqui e internacionalmente, como L’Arc~En~Ciel, the GazettE, Gackt, Glay, Mucc, SID, X Japan e por aí vai....
Uma coisa bem legal é que os japoneses procuram escutar bastante as bandas daqui. Em restaurantes e outras lojas, quase sempre, a música ambiente é de alguma banda ou grupo japonês. Assim, querendo ou não, você escuta bastante as músicas dos artistas daqui.
Embora o meu gênero preferido seja o rock, escuto algumas bandas e artistas de pop (J-Pop), como KAT-TUN, YUI, Hikaru Utada, etc... E posso dizer que esse gênero é sem, dúvida, o de mais sucesso por aqui. Entres jovens e velhos, Arashi, AKB48, SMAP e Exile lotam casas de shows (eu não sou particularmente fã de nenhum deles, mas é inegável que eles movimentam milhares de japonês).
Os shows de qualquer banda ou cantor japonês sempre são muito bem produzidos. Efeitos, encenações, grandes telões e surpresas acontecem a cada apresentação. Um exemplo disso é o cantor Gackt. Ele sempre foi conhecido por suas apresentações espetaculares. Na turnê Diabolos (2005), ele entrou a cavalo no estádio em que estava se apresentando. Em outra turnê, na música “Rain” ele fez chover no palco. Os membros do L’Arc já chegaram ao local da apresentação em um helicóptero. Na última apresentação do the GazettE (março-2013), foi preparado um grande show pirotécnico que simulava que partes do palco estavam caindo. Isso tudo demonstra a preocupação dos artistas de, além de tocar uma boa música, preparar um ambiente impressionante para a platéia.
Shows do Gackt: ele tocando "Rain" enquanto chove no palco. Na turnê diabolos ele entrou no estádio a cavalo. Já o Larc gosta de fazer shows pirotécnicos. |
Em consequência disso, a maioria dos shows sempre são lotados. Mesmo alguns alguns ingressos sendo o preço meio salgado. Mas isso também depende do local de show e da banda. Um show em uma casa de espetáculos de médio porte, para uma banda um pouco mais famosa, o preço saí na faixa de 70 dólares. Bandas grandes, como L’Arc, tem um preço mais caro, por volta dos 100 dólares. Os ingressos para os concertos podem ser adquiridos em sites especializados ou em lojas de conveniências.
A organização dos eventos é maravilhosa. Cada ticket tem um número. Independente de onde sejam comprados. O número não é decorativo, ele determina seu lugar. Não importa se você dormir na fila, se seu ingresso é na última fileira, você deverá ficar lá. Até nas casas de show sem assentos existe organização. Os ingressos também são numerados e você entrará no local de show de acordo com seu número. Então essa história de “guardar caixão” para ficar na frente não cola aqui. Eu adoro esse sistema, pois sei que se chegar 5 minutos antes do show começar, meu lugar estará lá, esperando por mim. No entanto, os melhores lugares SEMPRE são reservados para o fã-clube.
Cada artista tem um grupo que organiza a venda do merchandise da turnê. Antes do começo do show ou ao seu término, você pode comprar os mesmo.
Estandes de venda de produtos do artista. Organização dos lugares por setores no show do L'Arc. Filas antes do show do the GazettE. Japoneses organizados, gritando "encore" para a banda The GazettE. |
Sobre os shows que fui: todos muito bons. A única coisa estranha é a atitude dos japas durante a apresentação. É costume que as pessoas façam coreografias durante as músicas. É algo feito em conjunto. Se um faz, todos repetem (meio programado demais para meu gosto). Ano passado fui ao show do the GazettE, eles tinham acabado de lançar um CD o “Division”. Como eles tocaram quase todas as músicas do novo CD, não havia coreografia. Então, os japas ficavam apenas parados, escutando eles tocarem. Para mim, isso é meio estranho, pois é como se eles não fossem livres para aproveitar, de verdade, o show.
Outra coisa bem interessante, é que sempre que o artista sai do palco, indicando o fim do show, as pessoas começam a gritar "ancore" (de encore) pedindo que o artista volte e toque mais algumas músicas. Isso é uma tradição e todos os artistas esperam que seus fãs demonstrem seu amor por eles, gritando bem alto e batendo palmas. Se, por acaso, o artista sentir que o público está desanimado ou não grita bastante, ele pode não voltar e terminar o show por ali mesmo. Mas caso a platéia mostre o entusiamos, ele pode voltar mais uma ou duas vezes...
Outra coisa bem interessante, é que sempre que o artista sai do palco, indicando o fim do show, as pessoas começam a gritar "ancore" (de encore) pedindo que o artista volte e toque mais algumas músicas. Isso é uma tradição e todos os artistas esperam que seus fãs demonstrem seu amor por eles, gritando bem alto e batendo palmas. Se, por acaso, o artista sentir que o público está desanimado ou não grita bastante, ele pode não voltar e terminar o show por ali mesmo. Mas caso a platéia mostre o entusiamos, ele pode voltar mais uma ou duas vezes...
Sobre CDS, DVDs... Os artistas japoneses costumam lançar bastante singles. Ou seja, uma mídia com duas ou três músicas. Eles fazem esses lançamentos mais frequentes que os de CDs. O L’Arc, por exemplo, já ficou quase 5 anos sem lançar um CD, mas lançava um single ou outro nesse período.
E você poderia pensar que seria um desperdício ficar comprando esses singles ao invés de esperar pelo CD propriamente dito, visto que essas músicas estarão nele. Errado! Porque as empresas de música daqui são umas capitalistas malditas e sempre fazem coisas para incentivar as pessoas a comprarem tudo. Os singles do the GazettE, por exemplo, tem sempre uma faixa extra que nunca entrará no CD. Os do L’Arc tem uma versão das músicas deles feitas pelo Punk~En~Ciel (quando eles fazem um tipo de cover deles mesmo, mas com os integrantes tocando em “posições” diferentes das usuais). O SID costuma colocar algumas versões das músicas ao vivo. No Acid Black Cherry, o vocalista, Yasu, faz cover de algumas músicas famosas de outros artistas. Como se não bastasse isso, em muitos casos, cada single vem em duas ou mais versões. Capas e conteúdos são diferentes. Em uma pode vir uma música a mais, na outra vem um DVD com o MV da faixa principal do single. É, se você é um colecionador e um fã maluco, terá que ter muito dinheiro para ter tudo.
CD do The GazettE - Toxic. Single do L'Arc - XXX. Minha coleção de CDs e DVDs. |
E você poderia pensar que seria um desperdício ficar comprando esses singles ao invés de esperar pelo CD propriamente dito, visto que essas músicas estarão nele. Errado! Porque as empresas de música daqui são umas capitalistas malditas e sempre fazem coisas para incentivar as pessoas a comprarem tudo. Os singles do the GazettE, por exemplo, tem sempre uma faixa extra que nunca entrará no CD. Os do L’Arc tem uma versão das músicas deles feitas pelo Punk~En~Ciel (quando eles fazem um tipo de cover deles mesmo, mas com os integrantes tocando em “posições” diferentes das usuais). O SID costuma colocar algumas versões das músicas ao vivo. No Acid Black Cherry, o vocalista, Yasu, faz cover de algumas músicas famosas de outros artistas. Como se não bastasse isso, em muitos casos, cada single vem em duas ou mais versões. Capas e conteúdos são diferentes. Em uma pode vir uma música a mais, na outra vem um DVD com o MV da faixa principal do single. É, se você é um colecionador e um fã maluco, terá que ter muito dinheiro para ter tudo.
Os DVDs seguem a mesma idéia. Sempre são lançados, no mínimo, duas versões, uma normal, só com o show e outra com o show e alguns extras. O L'Arc, esse ano, quebrou o recorde e lançou 13 versões do mesmo show. É, as empresas japonesas sabem como arrancar o dinheiro de seus consumidores.
DVD do Larc que teve 13 versões. DVDS do L'arc e the GazettE. Sempre capas e booklets muito bonitos e com muitas fotos. |
Filmes
Japoneses gostam bastante de ir ao cinema. No entanto, os filmes hollywoodianos não são a primeira escolha de muitos. O cinema nacional é bem forte aqui. Quando você decide assistir um filme, entre 10 salas de exibição, 5 ou 6 terão filmes japoneses. Parece impressionante, mas é verdade. Às vezes, muitos filmes americanos nem chegam a passar aqui e, se são exibidos, serão com alguns meses de atraso.
Um exemplo disso foi o filme “The Hunger Games”. Se não me engano, em abril do ano passado, ele estava sendo exibido em vários lugares do mundo (inclusive porque eu estava na Coréia e nessa época e me lembro que ele estava em cartaz), menos aqui. O filme só passou em terras nipônicas em agosto. O porquê disso? Eu também queria saber. Alguns dizem que é pela falta de interesse dos japas, outros que é porque demora-se para fazer as legendas... Vai entender.
Fato é que toda vez que quero ver um filme americano, sofro. Meu japonês limitado me impossibilitada de ver qualquer filme japonês. Um dia, me arrisquei a ver Rurouni Kenshin (meu anime favorito). Eu entendi 10% do que eles estavam dizendo, mas como eu conheço a história de cor, valeu a pena, pois queria ver esse Live Action.
Filme Rurouni Kenshin. O primeiro filme que assisti em japonês (sem legendas). |
Programas de TV
Assim como os brasileiros, japoneses gostam de novelas (doramas – da palavra drama – ドラマ ). No entanto, as novelas daqui seguem um padrão diferente. Cada novela tem uma média de 9 a 11 capítulos. O que seria visto uma mini-série, no Brasil. Cada episódio tem cerca de 50 minutos. Ou seja, nada muito longo. As celebridades mais famosas são aquelas que trabalham nesse ramo, por isso muitos cantores acabam trabalhando nessas novelas (principalmente os membros de grupos de pop). Sobre os temas das novelas, eles variam bastante. Temos comédia, romance, ficção científica, policial... O padrão das histórias também é diferente. Mesmo a história sendo de amor, não acontecem beijos “calientes” ou cenas provocantes. E você, muitas vezes, não vai ter o final feliz que você comumente espera nas novelas brasileiras. Personagens casando, tendo filhos, vilões morrendo... Às vezes, você assiste aos 11 capítulos, esperando ansiosamente que a mocinha fique com o mocinho e, no final, cada um vai para o seu lado e eles ficam separados. Devo dizer que já fique bastante frustrada assistindo essas novelas. Mas entendi que eles se prendem mais ao sentido por trás do enredo, o que você pode aprender com isso, do que o final propriamente dito. Também, algumas novelas japonesas seriam consideradas bobas no Brasil.
Duas novelas bem famosas e boas: My boss, my hero e 1 litro de lágrimas. |
Aqui também temos programas de auditório, programas de música, show de variedades, comédia, culinária, etc... Mas como disse, o conceito de diversão deles é diferente. Alguns dos programas de humor, para mim, são muito sem graça. Não entendo bem as piadas deles...
Outra coisa interessante é o cenário dos programas. Enquanto no Brasil cada programa tem um cenário próprio, todo elaborado, aqui a coisa é mais simples. Dá até para perceber que algumas coisas são bem fakes. Um acessório presente em muitos programas é um quadro tabela. Não sei bem o motivo, mas eles se amarram em usar um quadro para explicar ou demonstrar as coisas.
Outra coisa interessante é o cenário dos programas. Enquanto no Brasil cada programa tem um cenário próprio, todo elaborado, aqui a coisa é mais simples. Dá até para perceber que algumas coisas são bem fakes. Um acessório presente em muitos programas é um quadro tabela. Não sei bem o motivo, mas eles se amarram em usar um quadro para explicar ou demonstrar as coisas.
Alguns grupos de pop, como KAT-TUN e Arasahi tem ou tiveram seus programas de TV também. Em geral, seriam como programas de auditório, em que eles discutem assuntos do dia-a-dia com convidados.
Alguns programas que passam na TV japonesa. Cenários simples e coloridos. A boyband Arashi tem o seu próprio programa de TV. |
Bem, acho que com esse post vocês podem ter uma idéia como é a parte de entreterimento no Japão.
Muito interessante o post, Carol! A indústria do entretenimento é um tema que já me agrada bastante por natureza. Achei bem eficiente a história dos lugares nos shows; podia ser assim por aqui também... Quanto aos filmes, não estudei especificamente a situação japonesa, mas, em geral, os atrasos são pouco relacionados a legendas ou dificuldades técnicas (principalmente em países com a relevância do Japão). Os lançamentos locais costumam ser determinados por estudos de viabilidade comercial, adaptados à situação de cada comércio interno, de acordo com os demais lançamentos da semana/mês da própria distribuidora e das concorrentes.
ResponderExcluirConheci seu blog só há pouco tempo, pela indicação da Thaíse, e, como comentei com ela, fiquei impressionado com a quantidade de informações úteis, a organização delas e a forma clara e correta como você escreve. Li poucos posts ainda, mas pretendo mudar isso. Parabéns mesmo! Espero que continue com a iniciativa por muito tempo ainda! :D
Beijo