quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sim, eu tenho homesickness…


   Dizem que o primeiro passo para a cura é admitir o problema… 

   Bem, o tema desse post foi elaborado semana passada, quando tive mais uma das minhas milhares de crises de homesickness. Não sei se todos estão familiarizados com o tema, por isso, vamos a uma definição rápida do que seria homesickness. De acordo com o nosso amigo Google:

   “Homesickness is the distress or impairment caused by an actual or anticipated separation from the specific home environment or attachment objects. The Oxford English Dictionary describes homesickness as a feeling one has when missing home. Feelings of longing are often accompanied by anxiety and depression. These symptoms may range from mild to severe”.

    Resumindo, homesickness é a saudade de casa. E por mais bobo que isso pareça, é mais comum do que se imagina e pode causar alguns problemas. Já vi entre alguns estrangeiros casos de pessoas que não aguentaram e voltaram para casa. Outros enfretaram casos de depressão ou ficaram muito doentes. Bem, eu vou contar um pouco como tem sido para mim...
Eu sempre fui uma pessoa muito ligada a minha família, sempre estávamos juntos em viagens, em casa. Nunca passei mais do que uma semana longe dos meus pais e irmã. Além disso, tinha amigos muito próximos, e sempre que podia, estava ao lado deles. No entanto, como todo jovem, eu queria minha independência, ter o meu espaço. E confesso que pensei várias vezes em morar sozinha.  Esse também foi um dos motivos que me levaram a tentar uma bolsa de estudos fora do país. No começo, as coisas são menos complicadas, pois o entusiasmo de estar em outro país, as coisas novas, que parecem ser maravilhosas, fazem com que você nem sinta “tanta” falta de casa. Conforme o tempo vai passando e as coisas vão virando rotina, a “bendita” homesickness aparece...



Confesso que eu sofri muito nos primeiros meses. Tive crises de choro homéricas. Vontade de largar tudo e pegar o primeiro avião de volta para o Brasil, para o colo da minha mãe. Bobo não é?! Mas quem vive sozinho, principalmente em um país, com cultura e língua totalmente diferentes da sua, sabe o quão difícil isso pode ser. Em alguns momentos, tudo acaba te trazendo tristeza. A falta da família, amigos, a indiferença das pessoas ao seu redor, os problemas do dia a dia... Se você não tomar cuidado, a homesickness vai tomando proporções tão grandes, que podem ser irreversíveis.
Não tenho outras experiências para comparar (em questão de viver em outros países), mas viver no Japão ainda é um pouco mais difícil. Como disse em alguns posts atrás, os japoneses são muito impessoais. Fazer amizade aqui, acaba sendo um pouco complicado (pela barreira da língua e também pelo receio deles a nós, estrangeiros... Não que isso aconteça 100% das vezes, mas, bem, isso é o que tenho observado...) e esse fato acaba contribuindo para que o processo de adaptação seja mais difícil. Até mesmo no ambiente de trabalho, isso pode acontecer. Mesmo sendo o lugar que você vai todo os dias, encontrando as mesmas pessoas, você pode passar anos, sem ao menos saber nada da pessoa que senta ao seu lado. Eu já estou a um ano e dois meses aqui, e não sei nada da vida pessoal dos meus colegas de laboratório.
E como resolver ou evitar a homesickness?! Olha, não existe reposta correta para isso, mas eu, dia após dia, tento lidar com a minha. O que posso dizer é o que tenho feito...
Posso afirmar que quatro coisas me ajudaram a ficar aqui e seguir em frente: minha família, meus amigos, minha fé e força de vontade. 



Quem me conhece, sabe que eu tenho minha fé e convicções, e nesse momento de solidão, o apego a Deus, foi mais do que essencial para seguir em frente e esperar por dias melhores. Depois disso, minha família teve  o papel mais importante. Mesmo sabendo que minha mãe estava sofrendo com minha mudança, em nenhum momento ela me disse para desistir e voltar (por mais que eu saiba, que se eu desse a “louca” de verdade, e  falasse “mãe quero uma passagem agora!” ela pagaria sem pestanejar). Minha família me deu encorajamento e apoio, mesmo a distância. Converso todos os dias com a minha mãe. Quando falo isso, muitos estranham. Mas fazer isso, me faz sentir mais perto deles. As vezes nem precisamos conversar muito, mas apenas vê-los, já me encho de energia e forças!
Quanto aos amigos, graças a Deus, acabei encontrando pessoas muito boas aqui, que me ajudaram e ainda me ajudam. Isso foi fundamental. Consegui conhecer ótimas pessoas no Japão, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Querendo ou não, eles acabaram se tornando uma nova família para mim... Saber que tem pessoas em que você pode confiar, pessoas que vão te ajudar, também ajuda a superar o processo de adaptação. Meus amigos do Brasil também me ajudaram. Mesmo com a distância, alguns sempre me escrevem ou falam comigo via skype... Assim, eu me sinto um pouco menos distante de casa.

Amigos que conquistei aqui.

E por último, a força de vontade. Sempre tive desejo de ter minha pós-gradução e lutei muito até chegar aonde estou hoje. Se foi fácil? Muitas vezes não! No entanto, como boa brasileira, eu não desisto fácil!  Esse pensamento também me deu forças. Todo dia acordo e penso o motivo de ter vindo e o que isso pode me proporcionar. Manter o meu objetivo em mente, também me fez superar o desejo de voltar para casa correndo.


Um pedacinho do Brasil no Japão. O Brasileiro não desiste nunca!!!!

E por último, a força de vontade. Sempre tive desejo de ter minha pós-gradução e lutei muito até chegar aonde estou hoje. Se foi fácil? Muitas vezes não! No entanto, como boa brasileira, eu não desisto fácil!  Esse pensamento também me deu forças. Todo dia acordo e penso o motivo de ter vindo e o que isso pode me proporcionar. Manter o meu objetivo em mente, também me fez superar o desejo de voltar para casa correndo.
Bem, como disse no início, admito que tenho problemas e tento lidar com eles todos os dias, vivendo um dia de cada vez. Com choro, sorrisos, reclamações, elogios... Assim vou vivendo, mas tenho certeza que mesmo na tristeza, dias melhores virão....

2 comentários:

  1. Força, Carol!
    Nada de ficar com a mente vazia. Mente desocupada dá espaço pra pensamentos nada bem-vindos. Então, trata de arranjar coisas pra fazer que ajuda.
    bjo

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