terça-feira, 28 de junho de 2011

Ser ou não ser egoísta

O título parece um pouco ruim, mas vocês mais para frente entenderão o motivo do post...

    Para começar, como boa biologa, gostaria de introduzir o post com um conceito que aprendi na aula de etologia (comportamento animal).
“Não existe altruímos verdadeiro na natureza. Tudo o que existe é uma relação de custo-benefício. Quando o benefício é maior que o custo, os animais tendem a realizar uma ação que os assegura vantagem para propagar os seus genes”. Esse conceito é amplamente verificado no estudo do comportamento animal e vale para qualquer (e quando digo qualquer, não  é exagero) situação. Um exemplo disso é a vida em comunidade. Animais não vivem em comunidade apenas para não se sentirem sozinhos, mas eles o fazem para se proteger. Um bando é menos vulnerável a ataque de prepadores. Um bando tem mais chance de se sobressair em conquistas de território que um indivíduo sozinho. Em suma, tudo é  uma relação de troca: o que pode ser oferecido e o que se ganha com isso. A vida em comunidade ocorre, pois é benefico estar entre muitos. Entretanto, acho que a espécie homo sapiens tem certa dificuldade em se adequar a esses conceitos e sempre quer levar vantagem.

   Agora, finalizando o momento nerd de ser, vamos ao conteúdo do post.
      Desde que vim ao Japão, vivo em um dormitório da Jasso, a fundação japonesa de estudantes. No dormitório, podem ser encontradas pessoas de todas as nacionalidades. Confesso que inicialmente, foi bastante interessante residir no dormitório, mas agora acho que meu momento egoísta chegou e não quero mais dividir meu espaço.
    Inicialmente, de acordo com as normas, deve-se viver no máximo dois anos no dormitório e em seguida, mudar-se para um apartamento próprio.  No dormitório contamos com um quarto de 8 m2, cozinha e banheiro comunitários, além de uma lavanderia e uma estufa para secar roupas. 

 Área dos chuveiros.

Área das pias.

       O aluguel não é caro, cerca de 250 dólares ao mês, com eletricidade e internet cobradas á parte. Quando você chega ao Japão, realmente é extremamente benéfico você residir em dormitórios. Lá, você encontra pessoas que estão passando ou passaram pelas mesmas dificuldades que você, faz amigos mais facilmente e sempre encontra pessoas que podem te ajudar. Isso é o lado vantajoso da coisa. Agora vamos aos custo (que é o que realmente me levou a escrever o post). Incomodo de vizinhos, problemas como o uso das áreas comunais entre outros.
        Ultimamente, tenho reparado muito mais nos custos do que nos benefícios. Primeiramente, pelo fato do hábitos higiênicos um pouco duvidosos das minhas vizinhas. Eu não posso ser a pessoa mais louca dessa terra com questão de limpeza, mas tem certos padrões, que para mim, devem ser mantidos. Já presenciei diversas vezes ações que me deixaram chateada. Vizinhas lavando sapatos nas pias para escovar dentes, outras lavando lixeiras e o rosto na pia da cozinha (ou até escovando os dentes). Fora que essas áreas comunais, sempre se encontram em estado lastimável. Existe uma empresa que é responsável pela limpeza das áreas comunais, mas tenho reparado que eles não fazem um bom trabalho. Confesso que as vezes sinto medo de usar os banheiros do dorm.  Esse é um problema de se viver em comunidade. Hábitos diferentes dos seus. Eu sei que posso estar sendo meio radical com isso, mas uma coisa que minha mãe sempre me ensinou foi respeitar o espaço alheio. E isso, eu sei, que é um ensinamento universal. Seria pedir de mais que as pessoas tenham consciência na hora de usar um espaço que não é só delas?! 

    Corredor. Lixo e sapatos largados.

 Cozinha. Reparem na bagunça em cima da pia.


       Eu felizmente, não tenho tanto problema com vizinhos, mas já ouvi casos de vizinhos que riam alto ou cantavam até altas horas da noite. Comigo, algumas semanas atrás, minha vizinha levou suas amiguinhas para o quarto dela e ficaram rindo e conversando alto até as três da manhã. Um amigo  teve o desprazer de ter um vizinho que fumava dentro do quarto (o que não é permitido). Consequência, o cheiro do cigarro se expandia pelo quarto do meu amigo. Outro fato chato, ocorreu comigo essa semana, foi ter uma de minhas roupas furtada. Deixei minhas roupas na estufa para secarem e quando fui recolhê-las, uma blusa (nova, que eu usei poucas vezes T_____________T) tinha desaparecido. Retornei ao local, umas duas vezes, para me assegurar que a blusa não estava lá. Isso me deixou completamente enfurecida. 



O mais chocante. Uma calcinha na cozinha, ao lado de panelas. Fotinho tirada pela Marina.


    E o que você deve fazer nesses casos? Ser chato e reclamar? Devolver na mesma moeda? Ignorar até o dia que você não aguente mais e jogue uma bomba no quarto do seu vizinho?! A última opção seria divertida, mas acho que acabaria dando problemas depois...      
    Retomando os conceitos biológicos, para mim, viver em comunidade, está me dando mais custos que benefícios. Diante de tudo isso, acho que a melhor opção é ser egoísta mesmo e se mudar.
  
  Esse post não está sendo feito com intúito de desencorajar ninguém a morar em dormitórios (se bem que está parecendo), pois acho que é uma experiência legal, que todos deveriam ter. Entretanto, ele serve apenas como um alerta de como as coisas realmente são. Se você não tem paciência para relevar tudo isso, acho melhor pensar duas vezes antes de escolher um dormitório como sua moradia. Viver em outro país pode ser algo estressante e depois de um árduo dia, a única coisa que você quer é voltar para seu lar e relaxar.... Mas se você chega em casa e se irrita com essas coisas, a vida acaba se tornando mais difícil ainda.

  Bem, de agora em diante, eu vou começar a minha caça pelo meu espaço....

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Turisto em Osaka

O mês se vai e esse é o meu primeiro post do mês de junho… Não sei se tenho muitos leitores assíduos, mas aqueles que pelo menos dão uma passadinha por aqui em busca de notícias ou apenas para saber um pouco das minhas experiências, eu peço desculpas!


Na verdade pensei bem sobre o que escrever nesse post. E esse post falarei sobre Osaka. Como disse em algum post anterior Osaka é a segunda maior cidade do Japão, por isso aqui pode-se encontrar de tudo um pouco. Quanto as pessoas, dizem que aqui as pessoas são mais gentis do que comparado a Tokyo. Se isso é verdade, eu não sei, pois nunca fiquei muito tempo em Tokyo para tirar a prova. Mas fato é que aqui encontrei velhinho super, mega master simpáticos!
  Alguns deles são super curiosos a respeito da sua vida. Já aconteceram diversos casos em que eu fui abordada por velhinhos que queriam conversar. Ganhei presentes deles também. Ganhei balinhas e até um lencinho!
  A história do lencinho foi interessante, pois no final do ano passado estava passeando com amigos por Umeda, um dos bairros mais famosos de Osaka, e estava acontecendo uma feira de artesenato. Passando pelas barracas, vi uma em que uma senhora estava vendendo panos bordados e pintados. Então ela começou a conversar comigo em japonês. Eu com meu pouco conhecimento, tentei me comunicar com ela, com a ajuda do Marcos. Contei que tinha vindo do Brasil, então ela pegou um paninho que tinha sakuras desenhas e me ofereceu. Ela disse “para você que veio de tão longe, um presente com o símbolo do Japão”. Confesso que fiquei super feliz!
 Mas voltando ao foco do post... Bem, assim que cheguei ao Japão, tinha muito medo de me aventurar sozinha. Confesso que ainda tenho um pouco de medo, pois devido a minha falta de conhecimento da língua, faz com que uma simple ida a um shopping possa se tornar uma catástrofe.
  Isso não quer dizer que uma pessoa que não sabe inglês, não possa se virar aqui. Claro que pode, mas é um pouco difícil. Exitem algumas placas com alguns anúncios em inglês, mas essa facilidade não se estende para tudo. Algumas placas também apresentam o seu conteúdo em letras romanas (o que facilita muito quando você não sabe ler kanjis).
   Bem, aqui em Osaka temos grandes bairros e em alguns deles você pode encontrar algumas características específicas.



    Umeda

    Umeda faz parte do centro de Osaka. Apresenta um grande centro de compras e negócios. Possui muitas lojas e shoppings. Em umeda podemos encontrar shoppings com lojas extremamente caras, como Gucci, Luis Viton entre outras. Aqui também encontramos uma das maiores lojas de departamento de Osaka, Yodobashi Camera. Para se divertir, além de fazer compras, pode-se andar em uma bela roda gigante, localizada no shopping HepFive ou então apreciar uma das mais belas vistas de Osaka no mirante do prédio Umeda Shy Building.

Umeda Sky Building


Umeda e a roda gigante do shopping HepFive.


Nipponbashi

  Nipponbashi é a região dos eletrônicos. Nesse bairro fica a conhecida Den Den Town (onde Den Den  em japonês esta relacionado a eletricidade). Na Den Den Town pode-se comprar eletrônicos a preços bons. Não somente novos, como também usados. Outro ponto interessante da Den Den Town, são as inúmeras lojas de video game a coisas de animes. Sim, em Osaka esse é o paraíso do Otakus. Inclusive, vez ou outra ocorrem eventos de otakus por lá... Pode-se ver os japas fazendo cosplay, andando livremente pelas ruas. E para quem gosta (tarados de plantão), na região também existem os famosos maid cafes.    



Den Den Town.


Shinsaibashi

   Shinsaibashi é conurbada com Nipponbashi e Namba.  Rapidamente, você pode sair de Nipponbashi e ir a Shinsaibashi. O mesmo com Namba. Diferente de Umeda, pode se ver mais lojas do que shoppings em si. Em Shinsaibashi pode-se ver um dos símbolos de Osaka, o letreiro Glico. Esse letreiro, quando iluminado, fornece uma bonita visão durante a noite. Esse foi um dos primeiros pontos que visitei quando cheguei ao Japão.


Centro comercial de Shinsaibashi.


Letreiro Glico.


 Namba

 Também é considerada um centro de compras e diversão. Um ponto bastante conhecido dessa região é o Dotombori. Nesse local existem bastante casas de jogos, boites e clubes de hosts. Existe também um shopping bastante famoso, o Namba Park, que sua arquitetura lembra a de um grande canion. Conta também com grande e famosas lojas.

 Namba Park.

Dotonbori.

 OsakaJo

  É um bairro também bastante conhecido. Conta com o famosos centro de convenções, em que são realizados muitos shows e eventos (inclusive lá foi realizada a cerimônia de entrada da Universidade de Osaka). Ao passear pela região, pode-se visitar também o Castelo de Osaka e o grande jardim do castelo, que possui uma grande quantidade de cerejeiras e ameixeiras. Uma visão muito bonita durante a primavera.

 Osakajo Hall


Dentro do Osakajo Hall. Cerimônia de entrada da Universidade de Osaka.


Castelo de Osaka

Jardim do Castelo de Osaka (final do inverno).


Tennoji
   Tennoji é conhecida por suas atracões culturais. Possui museus, templos, herbário e um zoológico. No zoológico pode ser vistos, rinocerontes, urso polar, o famosos panda vermelho, pinguins, girafas entre outros.  O herbário possui plantas de diversos lugares do mundo. Esta situado dentro da área do zoológico.

 Templo em Tennoji.

Tennoji Zoo.

Pinguins reais no zoo de Tennoji.

  

    Bem, isso é apenas o pouco que conheço de Osaka. Assim que descobrir mais coisas interessantes, volto a falar daqui!