quinta-feira, 26 de abril de 2012

Coréia... Começo da aventura


      Abril começou e abril se foi e esse é o meu primeiro post do mês... Começo a ficar preguiçosa para postar as coisa… Desculpem-me…


      Nesse post vou contar um pouco sobre como foi a minha viagem para a Coréia do Sul. Essa viagem tem sido planejada desde o final do ano passado. Primeiramente, eu deveria ir para la visitar duas amigas que estariam fazendo curso de coreano numa das Universidades de lá. No entanto, muitas coisas aconteceram e a viagem não  deu certo. 


Por todos os lado podemos ver as bandeiras do país!

 
       Segundo, eu e a Marina tinhamos combinado de, em fevereiro, passar três dias na Coréia... Mas também, não deu certo. Os sites das companhias aéreas nos sacanearam e não conseguimos comprar as passagens.Finalmente, combinei com uma amiga que estava de férias no Japão de passar uma semana de abril em Seoul. E dessa vez deu certo! Perceberam que essa viagem foi quase um parto, né?!
        Então, dia 14 de abril, partimos do aeroporto de Kansai para as terra do Taekwondo. E as histórias da viagem já começaram no aeroporto. Estavamos em trio: eu, minha amiga e seu irmão, viajando para Seoul. Chegamos às 9 e pouco no aeroporto e nosso vôo saía às 11:40. Ao fazer o check-in, o primeiro problema: meu nome. No Brasil é comum termos dois, três ou até mais sobrenomes (tenho um amigo que tem seis). E no site da companhia aérea, só era permitido colocar um sobrenome, visto que 95% dos asiáticos tem um sobrenome apenas. Quando a senhorita da Jeju Air viu meu passaporte com dois sobrenomes e minha passagem apenas com um, ela reclamou. Isso não foi só comigo, mas também com meus outros amigos. Então, tivemos que bater um papo amigo com ela e explicar a situação. Ela entendeu, fez uma dúzia de ligações, falou com os superiores, mas no final de certo.
        Segundo problema: meu amigo trocou o passaporte com a mãe dele. Para ele embarcar a troca deveria ser desfeita, mas o pequeno detalhe é que o aeroporto fica a uma hora do centro da cidade, aonde os pais deles estavam hospedados. Fizemos uma ligação rápida e o pai dele iria de táxi levar o documento. No entanto, já se passavam das 10:30. Todos ficaram tensos, mas ao conversar com o pessoal da companhia aerea, eles informaram que no final da tarde haveria outro vôo para a Coréia e ele poderia embarcar nele, claro, pagando outra passagem.
        Esperamos o pai do meu amigo até o último minuto. No entanto, ocorreu um desencontro e não o achamos a tempo de trocar o passaporte, por isso, meu amigo teve que pegar o outro vôo.
Eu e minha amiga entramos atrasadas, e Murphy novamente se fez presente: a fila da imigração estava quilométrica. As atendentes da companhia aérea já estavam atrás da gente, pois tinhamos feito o check-in e não haviamos embarcado.
         Entramos na fila e como eu tinha visto de estudante e permissão de reentrada múltipla, tive que preencher alguns papéis, o que me enrolou mais ainda. Eu via a cara de desespero da minha amiga e da atendente da Jeju Air e isso me deixava mais nervosa. Depois de preencher o papel, furei fila, na cara dura, e entreguei os documentos. Não houve tempo nem para respirar, pois logo em seguida vieram as palavras de incentivo da atendente da Jeju Air: Corram, vocês estão atrasadas!
Saí que nem uma louca, correndo pelos corredores da sala de embarque. E para completar, quando chegamos no portão de embraque, outro atendente começou a rir da nossa cara, ao ver a gente correndo desesperada. Ele ainda fazia gestos de “calma, respira”. Mereço?!  
          Fomos as penúltimas a entrar na aeronave. Sorte que tinha mais um senhor atrasado, senão seriamos conhecidas como as estrangeiras que atrasaram o vôo! Envelheci uns 10 anos numa manhã!
          Depois de todo esse drama, a viagem correu sem maiores problemas. Chegamos em Incheon às quatro e pouco da tarde. Meu primeiro pensamento foi “nossa, estou na terra dos doramas”! Eu sei que é estúpido, mas eu me senti dentro de uma novela coreana ao estar lá! Foi, graças a Deus, mais um sonho realizado!
Pegamos as bagagens e decicimos ir de ônibus, limousine airport, para o hotel. Gastamos duas horas do aeroporto até nosso hotel. O hotel era situado perto da estação de trem de Chungmuro e de outros pontos legais de Seoul.
Uma das primeiras fotos em Seoul. A caminho do hotel
          Chegamos mortas de fome, pois só tinhamos comido um oniguiri (bolo de arroz) e suco, oferecidos no avião. Primeira refeição do dia: um pizza da dominos. Tá, não tem nada de coreano nisso, mas estavamos tão cansadas e com tanta fome que nem pensamos em nada. E a dominos era bem em frente ao nosso hotel... Depois de comer, morganos no hotel, pois precisamos repor as energias depois de tanta correria!
           Perto das nove da noite, nosso amigo conseguiu chegar ao nosso hotel. Então, resolvemos sair para explorar um pouco da cidade... Estava quase tudo fechado a essa hora, mas vimos um pouco dos arredores. De acordo com meu amigo, a Ásia é cidade de crianças, pois tudo fecha antes 10 (isso porque lá também existe o pequeno problema que a certa hora da noite todo o transporte público pára).
           Agora, vou falar um pouco sobre alguns pontos que observei durante a viagem.

 Transporte, infra-estrutura e comércio

          A Coréia, assim como o Japão conta com uma ótima infra-estrutura de transporte. Ruas bem pávimentadas e sinalizadas, ônibus, metrô e trem bala.
          O transito de Seoul é bem pesado e desorganizado (vide que levamos duas horas para chegar ao hotel e isso era um sábado). Confesso que achei as pessoas meio perigosas ao volante. E eles fazem bastante uso da buzina. O que não acontece no Japão.
          Quanto aos trens existe apenas uma companhia de metrô, a Korea Railway. Ela é extremamente organizada e eficiente. Em todas, vejam bem, TODAS as estações tem romanização nas placas. O que não acontece no Japão. Em algumas estações menores do Japão, você não encontra a tradução dos nomes, dificultando a locomoção das pessoas que não falam japonês. 

Mapa do metrô em Seoul. Você pode ir a qualquer lugar de metrô!

           Outra diferença: o preço das passagens de trem. Na Coréia, assim que cheguei, adquiri um cartão chamado T-money. Ele é um cartão pré-pago para ser usado no metrô. Paguei por ele menos de 3 dólares e sempre que necessário, podia recarregá-lo em qualquer loja de conveniências ou estabelecimentos credenciados. No total, coloquei nesse cartão cerca de 22 000 Wons, menos de 22 dólares, e rodei a cidade toda durante oito dias!!! Aqui, só para ir da minha casa até Umeda (o centro de Osaka) e voltar gasto quase cinco dólares!!!   Outro fato sobre o metrô: Existe ainda, no primeiro vagão de todos os trens, uma parte reservada para biciletas! Gente, isso foi muito legal de ver!
            Em geral, as coisas são beeem mais baratas na Coréia. O valor do Won é de 1:10 em relação ao Yen. Comida, roupas, cosméticos são muito baratos. Já disse que gastei como uma louca?!
Uma visão da bela Seoul.
             Agora falando sobre o ambiente. Seoul é linda. Uma cidade bem cosmopolita e divertida. Passei quase oito dias por lá e não vi tudo o que a cidade podia oferecer. No entanto, comparando ao Japão existem alguns pontos ruins: a cidade é mais suja e bagunçada. Como no Japão, achar uma lata de lixo na rua é quase um parto e lá eles não se preocupam tanto com a separação de lixo como no Japão. Acho que estou mal acotumada depois de viver um ano e meio aqui. Não que isso me deixasse uma má impressão do país, mas é que eu não imaginava que a Coréia seria assim.
             Vi também muitas pessoas fazendo comércio nas ruas e metrô, com suas barraquinhas ou até com lonas estendidas no chão. Isso me lembra o Brasil! Não é a toa que costumamos falar que os coreanos são os brasileiros da Ásia!
Uma das ruas de  Ssamzie-gil, mercado aberto. "Bagunça" coreana!
             Outra facilidade coreana: internet wifi em vários locais. Metrô, alguns pontos turísticos, restaurantes e em cafés pode-se usar wifi grátis. Quando você está visitando um lugar diferente e conta apenas com internet e google maps para se guiar, esse é um fator muito importante.










  Os coreanos e o comportamento

             Na minha opinião, os coreanos são bem mais bonitos que os japoneses. As mulheres se maquiam melhor, se vestem melhor. Os homens são bem mais masculinizados e também se vestem melhor que no Japão. E já disse que o exército faz maravilhas como eles?!
  
      *Obs.: Para quem não sabe, todo homem sul-coreano, antes do 33 anos, deve obrigatoriamente servir ao exército por 2 anos.

                 Os coreanos riem e falam alto nas ruas. As pessoas são mais sociáveis e divertidas.
              Um fator que me fez gostar mais ainda da Coréia foi a prestatividade das pessoas. Diversas vezes precisei pedir informação e como não falo nada de coreano, usei o inglês. Muitas das pessoas que falei, não sabiam falar ou falavam bem pouco inglês, mas sempre tentaram me ajudar e se esforçavam para se comunicar comigo. No Japão isso é um grande problema. Quando você pede alguma informação, se a pessoa não fala inglês, a comunicação pára por ai. Em muitos casos não vejo o esforço deles de tentar se comunicar em outra língua.
               Os casais coreanos também demonstram mais carinho e afeto um pelo outro em público. Tem até aquela coisa de casais combinando roupa (o que acho bem brega, diga-se de passagem). Cheguei a ver um casal vestindo um blusa com a foto dos dois juntos... Credo!

Este shopping estava repleto de casais...

  Outro fato interessante: o comportamento das pessoas no metrô. De certa forma, os coreanos são como o japoneses. Em geral, eles são silenciosos e cada um na sua. Eles também ficam mexendo no celular, lendo livros ou ouvindo música. Mas o que me chamou atenção mesmo foi a atitude a respeito dos bancos preferenciais. No Japão é comum ver crianças, jovens e pessoas com menos de 60 anos sentados nos acentos preferenciais, deixando os velhinhos  e as pessoas que precisam de pé. Na Coréia isso não acontece. Mesmo o trem estando lotado até a tampa, os assentos preferenciais estão sempre vazios ou ocupados pelos seus devidos passageiros. Me falaram que se alguém que não deve se sentar nesse assentos será duramente repreendido. Achei isso um máximo!!! Os japoneses (e também algumas pessoas) deviam seguir o exemplo!

               Bem, vou terminando esse post por aqui, pois ainda tem muita coisa para contar e um post só não será suficiente.