Primeiro
post do mês de julho. Não sabia bem sobre o que escrever por isso decidi falar esse
assunto que tem sido um dos tópicos das minhas conversas com amigos.
Não só nos meus “papos” com amigos que esse
tópico tem sido bem abordados, mas também entre alguns sites e mídia.
A “arte” da tatuagem tem raízes aqui e retoma
de épocas bastante antigas. E isso torna a situação mais engraçada, pois ter
uma tatuagem no Japão não é para qualquer um. Isso porque essa “arte” está
associada a marginalidade e aos membros da máfia japonesa, a Yakuza.
A Yakuza é um grupo criminoso extremamente
organizado e que teve e, ainda tem, muita influência no Japão. Uma das carcterísticas
desse grupo, ou melhor, um “identificador”, é a presença de tatuagens. Tigres,
fênix, dragões são os desenhos mais utilizados pelos membros da máfia. E essas pinturas
não são feitas em qualquer lugar. Existe todo um ritual. Elas devem ser feitas
sem as máquinas usadas atualmente e com tintas especiais. O processo é doloroso
e demorado, de maneira que pode se levar anos para uma tatuagem ser
completada Esse técnica é chamada de
irezumi ( いれずみ-入れ墨 para
mais informações veja aqui).
E como disse, nos dias de hoje, muitas
pessoas temem a Yakuza. E por isso, pessoas vista com tatuagem, geram
desconfiança. Isso é tão perceptível que alguns locais não são permitas a
entrada de pessoas tatuadas. Mesmo que você tenha uma linda borboleta,
estrelinha, etc., sua entrada será vetada de onsens, alguns parques aquáticos e
até restaurantes.
Um cartaz advertindo que é proibida a entrada de pessoas tatuadas na onsen. |
Para mim, isso não passa de um forma de discriminação. Eu não
tenho tatuagens e confesso que não tenho interesse de fazer uma, mas não acho
que o direito de ir e vir de uma pessoa deva ser “mutilado” apenas porque ela
escolheu ter uma desenho em seu corpo. E acho que vivemos em um mundo em que
esse esteriótipo de que pessoas tatuadas são “malvada” já é mais que
ultrapassado. Mas como costumo dizer: “Bem-vindo” ao Japão!
Falando nisso, um fato engraçado aconteceu
comigo semana passada e ajuda a ver como as coisas são por aqui. Estava no trem com uma amiga e vimos um senhor que era
claramente um membro da máfia. As pessoas no trem, próximas a ele, estavam sérias
e bem distantes dele no banco. Assim que eu e minha amiga entramos, vimos que havia
lugar para sentar apenas perto do dito senhor. Não vimos problema nenhum em sentar perto
dele. Afinal, não era como se o rapaz fosse nos atacar apenas por sentarmos
perto dele! E ele foi bem gentil conosco, pois até se ajeitou no banco para dar
mais espaço para a gente, visto que antes ele estava esparramado no banco, pois
sabia que nenhum japa ia sentar perto dele. Mas o ponto engraçado da história
foi ver a cara de “assustados” dos outros por nós estarmos perto do rapaz.
Como disse, o tema das tatuagens sido abordado pela mídia,
pois esses dias, um famoso dublador japonês foi preso por tirar uma foto de
seu corpo todo tatuado e ter postado a mesma na net (para ver a notícia, clique aqui). Tá que o dito senhor
estava nú (era um nú de costas), mas o
fato de uma pessoa da mídia ter tantas tatuagens e orgulhosamente mostrá-las,
com certeza deixa muitos desconfortável. E isso é tanto verdade, que pessoas
tatuadas tem dificuldade para arrumar emprego.
Outro ponto de vista sobre tatuagens nos países
asiáticos é o mostrado por Simon e Martina. Eles são um casal de canadenses que
moram na Coréia do Sul. Em seu blog, eles falam um pouco sobre como é se viver
na Coréia. Ambos são professores de inglês tem tatuagens. Semana passada eles
também fizeram um post sobre como a tatuagem é vista na Coréia. Lá não tem todo
esse misticismo sobre tatuagens que existe no Japão. No entanto, as tatuagens lá
são proibidas. Se quiser saber um pouco mais sobre o post do Simon e Martina e
sobre a Coreia do sul, acesse o “Eat your Kimchi”!.
Bem, este
foi um post simples falando apenas das tatuagens como curiosidade...