sexta-feira, 30 de março de 2012

Sumô - 相撲

Teoricamente, eu deveria continuar escrevendo sobre Tokyo… Mas decidi mudar as coisas e falar sobre o sumô. Semana passada fui a esse evento característico da cultura japonesa e que me cativou, por isso, mudança de planos!!! :)
Confesso que não tinha muitas espectativas e achava que o evento seria bem chato. Quando uma amiga japonsesa fez o convite imaginei “vai ser chato, mas só aqui terei a oportunidade de ver isso de perto”. E assim, cheia de preconceitos, parti para mais essa aventura. Nunca me interessei pelo esporte, só havia visto algumas lutas pela TV e nada me chamou a atenção. A única coisa que sabia sobre a luta é que os lutadores tem que ser gordinhos e usar aquela “tanguinha” engraçada.
Bem, os ingressos não foram caros. Pagamos o preço equivalente a 30 dólares para poder assistir a todas as lutas do dia. O lugar que ficamos não era tão distante da arena, visto que o ginásio de Namba, local aonde ocorreu o evento, não era tão grande.
Estávamos em um grupo de nove pessoas, brasileiros e japoneses. Fomos no início da tarde para pegar as melhores lutas, do grupo mais forte. Assim que chegamos, recebemos panfletos com fotos e informações dos lutadores e sobre a história do sumô.

 Estádio de Namba, local onde foi realizado o evento.

Panfleto com informações e chave de lutas.

Brasileiros e japoneses juntos!



  O sumô 

Este esporte é bem antigo, mas conserva rituais xintoístas. Na luta, os dois atletas (rikishi) competem num ringue circular (土俵  dohyō) onde o primeiro a tocar o chão com qualquer parte do corpo exceto os pés ou pisar fora do dohyō perde a luta. Um rikishi também perde a luta se aplicar algum golpe proibido.
   O dohyō é uma plataforma quadrada feita de barro e possui um círculo de fardos de palha de arroz, dentro do qual se realizam as lutas. Suspenso acima do ringue, uma espécie de telhado que lembra um templo xintoísta.
   Como o ideal da luta é ser uma luta sem armas. Por isso, o lutador de sumô usa apenas o mawashi na luta. Esta é uma faixa de tecido grosso que é enrolado em volta da cintura do lutador, e que serve tanto para proteger os órgãos genitais quanto para ser agarrada para efetuar golpes.
    Assim que chegam ao estádio, os lutadores são divididos em dois grupos: leste e oeste. E cada grupo fica em salas separadas, para não se falarem até o momento da luta.
                                                                                                      Fonte:  Wikkipedia



Naquele dia haviam apenas pessoas mais idosas no estádio. Parece que o sumo não é muito popular entre os jovens, mas todos que estavam lá, levavam as coisas muito a sério. Torciam, se empolgavam, soltavam gritinhos a cada luta, tudo da maneira bem japonesa, claro. 

Visão do local da luta.


Ao observar as lutas, fiquei impressionada. A luta em si, dura pouco mais de um minuto ou menos. No entanto, existe toda um preparação, ou melhor um ritual a ser seguido. Como todas coisas japonesas, milhares de regras e processos que são repetidos inúmeras vezes antes das lutas. Os lutadores entram no ringue, pela parte que correspondente a sua divisão, leste ou oeste. Em seguida, eles batem palmas e fazem movimentos de pernas, batendo os pés no chão, para expulsar os maus espíritos. Olhares “malvados” são trocados pelos lutadores. Eles se batem, bebem agua (para purificarem o corpo) e jogam sal na arena repetidas vezes antes de começar a disputa. Os lutadores se posicionam sobre marcas no ringue, agacham-se, colocando os punhos no chão. Esse processo pode acontecer por até três vezes. Então, o juiz dá o sinal para iniciar a luta e nesse momento, a coisa fervilha. Alguns lutadores empregam varias técnicas, usam a força ou mesmo a esperteza. Em uma luta, que durou uns 20 segundos, o vencedor apenas teve que se desviar do oponente para que ele ganhasse, com seu rival indo ao chão sozinho.... Em outros casos, alguns lutadores iam juntos ao chão ou acontecia algo que deixava o resultado meio duvidoso, sendo necessário a intervenção de juízes externos. Em cada lado da arena, existe um juiz que observa atentamente a luta. Quando algo acontece, todos os juízes saem de seus lugares, se dirigem ao centro da arena e debatem o resultado. Nesse dia, acho que isso aconteceu umas cinco vezes... 


Juízes reunidos para decidir o vencedor da luta.


Outra coisa interessante foi observar que bastante estrangeiros estão engajados no mundo do sumô. O penúltimo campeão, inclusive, é um estrangeiro da Georgia, seu nome de lutador é Baruto. Também vimos um conterrâneo do Baruto. Ele não tinha um porte típico de lutador de sumô. Pesava 92 kg e tinha muitos músculos. Quando vi o rapaz, jurava que ele não ia durar um segundo contra o seu oponente, que tinha o dobro do tamanho dele. No entanto, o rapaz deu uma boa canseira no adversário, mas, infelizmente, perdeu a disputa. E é claro, que os brasileiros estariam no meio! Sim, temos um representante da terrinha no esporte. Ele é de São Paulo e seu nome de luta é Kaisei. Infelizmente, nesse dia ele perdeu! T^T

Kaisei - lutador brasieliro.

Luta do Kaisei. Ele era o de roxo.


Luta do Kaisei!

 
Bem, depois disso tudo, confesso que virei fã do esporte e recomendo. É uma experiência única e bem divertida!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tokyo - Parte I

Depois de quase um ano e meio aqui, resolvi escrever um post sobre a capital japonesa. Em março, fiz minha quarta viagem para Tokyo. Então, acho que agora posso falar um pouco melhor sobre lá!
   Quando se pensa sobre o Japão, logo pensamos em Tokyo. Isso é fato. E não estamos errados. A capital é a maior, mais colorida e movimentada cidade do Japão.
Bem, a primeira viagem a Tokyo aconteceu no natal de 2010. Minha primeira impressão foi: Uau! *risos* Sim, ela é um local bastante imponente e ao mesmo tempo assustador. Milhares de pessoas circulando pelas ruas, japoneses e estrangeiros, milhares de prédios e carros. Até lembra um pouco SP, mas em maiores proporções. Meu primeiro choque foram as linhas de metrô. Jesus! Não é muito fácil se vira por lá. Principalmente se seu japonês é inexistente.  Você pode cortar o estado todo usando trem, mas são tantas empresas, tantas estações, que você se confunde um pouco. Sem falar que não é em todo lugar que você encontra uma placa com as romanizações dos nomes das estações (o que dificulta um bocado na hora de você se localizar). E devo fazer uma confissão aqui: acho que todas as vezes que estive lá, eu me perdi, pelo menos uma vez nas estações. A estação de Tokyo (Tokyo Eki – 東京駅) é a maior e mais movimentada da capital. Nela você pode pegar trens para os pontos principais da cidade e também o famoso trem bala (shinkansen – 新幹線). 

 Mapa das linhas de met de Tokyo. Não disse que era muita coisa?!

Sobre a cidade: altamente tecnológica, mas ainda é possível se observar traços tradicionais em alguns pontos. Na minha série de viagens, visitei os mais famosos pontos da capital: Torre de Tokyo, Tokyo Dome City, Shibuya, Shinjuku, Harajuku, Ueno, Asakusa, Akihabara, Odaiba e a Tokyo Disneyland. E mesmo indo a todos esses lugares, ainda muita coisa que ainda não vi.
 Vou comentar um pouco sobre alguns desses pontos. 

Torre de Tokyo 

 A torre de Tokyo (東京タワ – Tokyo Tawa) tem 335 m e foi construída em 1958. Sua arquitetura foi baseada na Torre Eiffel e conta com dois observatórios. Pagando a quantia de 600 yens (equivalente a mais ou menos 6 dólares) você tem direito a ir ao primeiro observatório. De lá, pode ser vista toda a capital. E se o céu estiver limpo, também pode-se ter uma bela visão do monte Fuji. 


Depois do terremoto do dia 11/03, a antena da ponta entortou.

Visão do monte Fuji do primeiro observatório. 


Piso do observatório.


O acesso ao  segundo observatório se localiza dentro do primeiro observatório. Ele fica bem mais acima, quase no topo da torre. Para ter acesso a mais essa atração, você deve pagar mais 300 yens. 
Dentro da torre existem ainda cafés, restaurante e algumas lojas de suvenires. Um bom programa para turistas.
Se alguém quiser mais informações da torre, basta visitar esse site (site em inglês).


Tokyo Dome City 

Eh considerado um centro de diversão. Fica localizado no centro de Tokyo e conta com um grande estádio, Tokyo Dome (um dos maiores do Japão), parque de diversões, spas e hotéis.
Fui a cidade para conhecer o estádio. O Tokyo Dome tem espaço para 55 mil pessoas. Lá tocaram e ainda tocam grandes renomes da música mundial e japonesa. Michael Jackson, Guns N` Roses, entre outros  já passaram pelo Tokyo Dome. Estive no local no dia 26/12, dia do show do GazettE (Namelles Libert and Six Bullets). Como fã de J-rock, foi um sonho estar lá.  

 Tokyo Dome.

Tokyo Dome no dia do show do GazettE.


      Shibuya

    É um dos mais famosos distritos de Tokyo. Conhecido com o centro fashion da capital japonesa, conta com a vida noturna mais movimentada da cidade. Esse distrito é conhecido como um dos bairros jovens, contanto com lojas de diversos estilos e preços para o público alvo.
    Em Shibuya existe, também, um dos mais famosos cruzamentos do mundo e a estátua do cachorro Hachiko. Ambos se localizam na principal saída de estação de JR Shibuya. E a estátua é o principal ponto de encontro da cidade. Existe um prédio localizado bem de frente a esse cruzamento, que conta com um Starbucks. Esse café tem uma vista previlegiada do cruzamento e um dos recintos comerciais mais movimentados da cidade. 

Eu e Marina em frente ao cruzamento.

Shibuya a noite.

 Estátua do Hachiko.
   Foi lá que passei o meu ano novo, na maior muvuca, como descrevi no post do ano novo. Iclusive, foi andando por Shibuya que senti o meu primeiro terremoto em Tokyo.

  Bem, segurei com minhas experiencias nos proximos post...